Se há algo que a pandemia de COVID-19 nos ensinou – enquanto pessoas, empresas e organizações – é que a Digitalização já não é um processo distante ou uma realidade que diga respeito apenas a um nicho. Trata-se, cada vez mais, de um processo de sobrevivência.

Não faltam, felizmente, notícias sobre o crescimento do e-commerce e narrativas de empresas que, a braços com tão inesperados desafios, reformularam os seus modelos de negócio, abraçando novas competências digitais e identificando outras oportunidades no mercado.

Mas esses casos de sucesso estão longe de ser a maioria. Em março, o Expresso dava conta de que mais de 70% das empresas portuguesas não tem uma estratégia para os desafios do digital, o que se revela preocupante quando esta é uma das prioridades da Europa até 2030.

Consciente desta realidade, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) reconhece a Transição Digital como uma das áreas-chave para o futuro económico do país, estando previsto um total de 650 milhões de euros, a fundo perdido, para o investimento nas Empresas 4.0.

Investir na Transformação Digital

Da aposta no know-how tecnológico à atualização dos modelos de negócio, sem esquecer os incentivos ao e-commerce e ao empreendedorismo digital, são múltiplos os objetivos definidos para esta componente do PRR. Estes investimentos dividem-se em três categorias:

• Capacitação das Empresas (150 milhões de euros): prevê o desenvolvimento de iniciativas de formação profissional, dotando os Recursos Humanos das competências digitais necessárias para a modernização das respetivas empresas.
• Transição Digital das Empresas (400 milhões de euros): contempla a digitalização e atualização dos modelos de negócio das PME, tendo em vista o reforço da sua resiliência e competitividade. Englobados neste âmbito está, por exemplo, o investimento no teste de novos produtos e serviços, a dinamização de comércio digital, a integração de novos processos tecnológicos e competências organizacionais, bem como o apoio a start-ups e a dinamização de incubadoras.
• Catalisação das Transição Digital das Empresas (100 milhões de euros): pretende reduzir o uso de informação impressa, promovendo sistemas como a fatura eletrónica, tendo em vista um ambiente empresarial com menores custos, maior fiabilidade e mais cibersegurança. Contemplado está o desenvolvimento de certificações nestes domínios.

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