O Instrumento Financeiro para a Inovação e Competitividade (IFIC) é um novo apoio do PRR para as empresas investirem em Inteligência Artificial, transição digital e inovação.

 

Criado pela Portaria n.º 286/2025/1, publicada a 14 de agosto, no âmbito da Componente C05 – Capitalização e Inovação Empresarial do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o IFIC é um novo sistema de incentivos que traz 315 milhões de euros em apoios para PME e Grandes Empresas. Quer saber como pode obter apoio a fundo perdido e investir em inovação, transição ecológica e digital? Explicamos-lhe tudo sobre o IFIC neste artigo!

 

O que é o IFIC?

O Instrumento Financeiro para a Inovação e Competitividade visa apoiar projetos empresariais de carácter inovador, promovendo a ligação entre o tecido empresarial e a ciência, com foco nas transição digital e ecológica.

É gerido pelo Banco Português de Fomento (BPF), em articulação com a Estrutura de Missão Recuperar Portugal (EMRP), do PRR, e pretende-se que seja um mecanismo ágil para financiar projetos de investimento inovadores.

Assim, a dotação de 315 milhões de euros será distribuída de duas formas:

• Apoios não reembolsáveis (fundo perdido), aplicáveis sobretudo a projetos de I&D, digitalização e inovação produtiva;
• Financiamento reembolsável em condições favoráveis, que reforçará a liquidez das empresas para cobrir despesas não elegíveis.

 

As 4 linhas de apoio do Instrumento Financeiro para a Inovação e Competitividade

O IFIC foi criado para acelerar a execução do PRR, aproveitando verbas de outros programas. Apoiará quatro tipologias de investimento:

 

1) Reindustrializar (150 M€)

Visa diversificar e reforçar a base industrial nacional, apoiando o aumento da produção de bens e serviços transacionáveis de elevado valor acrescentado.

• Beneficiários: Grandes Empresas e PME (com critérios regionais específicos).
• Investimentos elegíveis: novas linhas de produção, modernização de fábricas, automação e robótica industrial.

 

2) IA nas PME (100M€)

A linha mais atrativa para as pequenas e médias empresas, pois visa acelerar a adoção de Inteligência Artificial nas PME para:

• Digitalizar e automatizar processos internos;
• Otimizar logística, produção e manutenção preditiva;
• Melhorar a interação digital com clientes e fornecedores.

Despesas elegíveis:

• Subcontratação de serviços de IA e consultoria especializada;
• Aquisição de software, licenças e plataformas digitais;
• Custos de pessoal em projetos de I&D;
• Patentes, prototipagem e integração de sistemas.

Taxas de apoio:

• Até 50% em consultoria e inovação organizacional;
• Até 80% em projetos de I&D com IA.

Para PME que querem acelerar a transformação digital, este é o incentivo mais direto e estratégico.

 

3) Economia de Defesa e Segurança (50 M€)

Esta linha centra-se na base industrial e tecnológica de defesa e segurança, com projetos de dupla utilização (civil e militar), tais como:

• Drones para defesa e monitorização de infraestruturas críticas;
• Sistemas de cibersegurança avançada;
• Tecnologias de comunicação resistentes a interferências.

4) Ecossistema Deep Tech

Esta é a linha do IFIC dedicada a start-ups de base tecnológica e centros de excelência em tecnologias emergentes. Financia projetos de coinvestimento público-privado, aceleradoras e apoio a industrialização de tecnologias disruptivas, em especial nos setores da biotecnologia, materiais avançados, healthtech, energia limpa, entre outros.

 

Para empresários e gestores de topo, o IFIC representa uma oportunidade única para investir em digitalização, inovação e crescimento competitivo.

 

A sua empresa pode candidatar-se ao IFIC?

• Grandes Empresas: apenas na linha Reindustrializar.
• PME: beneficiárias principais na linha IA nas PME e em Defesa e Segurança.
• Start-ups deep tech: elegíveis na linha Ecossistema Deep Tech.

 

Em qualquer dos casos, é essencial cumprir as regras comuns de elegibilidade:

• Estar legalmente constituída em Portugal continental.
• Situação fiscal e contributiva regularizada.
• Contabilidade organizada e registo no RCBE.
• Cumprimento das regras de auxílios de Estado e do princípio Do No Significant Harm (DNSH).

 

Despesas elegíveis

O IFIC foca-se em investimentos transformadores, incluindo despesas como:

• Ativos tangíveis e intangíveis (equipamentos, software, licenças).
• Custos de pessoal diretamente envolvidos no projeto.
• Serviços externos subcontratados (ex: consultoria em IA, engenharia, desenvolvimento de produto).
• Investigação, custos com patentes e consultoria especializada.
• Custos gerais diretamente ligados ao projeto.

Porém, não são elegíveis custos correntes (salários regulares, rendas, consumíveis) nem a aquisição de imóveis, veículos ou equipamentos em estado de uso.

 

Taxas de apoio a fundo perdido

• 20% (pequenas empresas) e 10% (médias empresas) em investimento produtivo.
• 50% em consultoria e inovação organizacional.
• Até 80% em projetos de I&D.
• Complemento: financiamento reembolsável (via BPF) para despesas não elegíveis.

Esta combinação torna o Instrumento Financeiro para a Inovação e Competitividade um dos sistemas de incentivos mais completos do PRR.

No entanto, a nossa experiência de 30 anos em candidaturas a fundos europeus mostra que candidaturas preparadas atempadamente têm maiores taxas de sucesso…

 

Como preparar uma candidatura ao IFIC?

Os avisos de candidatura com as condições específicas de cada linha do IFIC serão publicados já em outubro de 2025. Dada a elevada complexidade técnica e o facto de os fundos do PRR terem de ser executados até 2026, as empresas que preparem os seus projetos de investimento com antecedência terão mais hipóteses de garantir apoios a fundo perdido, especialmente se seguirem estes passos:

1. Identificar a linha de apoio adequada (IA nas PME, Reindustrializar, Defesa ou Deep Tech).
2. Estruturar um projeto sólido, com objetivos claros, impacto económico e alinhamento com as prioridades do PRR.
3. Mapear as despesas elegíveis, incluindo subcontratação de serviços de IA, aquisição de software ou investimentos em I&D.
4. Preparar a candidatura no portal SIGA-BF, reunindo plano de negócios, orçamento detalhado e indicadores de impacto.
5. Garantir robustez financeira, demonstrando a sustentabilidade do projeto.

Pode conhecer aqui todas as dicas para preparar um bom projeto de investimento!

O processo de análise é rápido: a avaliação técnica pela EMRP decorre até 40 dias úteis, e o BPF emite a decisão final em mais 10 dias úteis. Além de gerir os fundos, o Banco Português de Fomento acompanha a execução dos projetos e assegura o desembolso faseado dos apoios.

Na Estrategor, com mais de 30 anos de experiência e mais de 500 milhões de euros em incentivos aprovados, ajudamos PME e grandes empresas a transformar apoios públicos em projetos concretos. A nossa taxa de sucesso superior a 90% em candidaturas demonstra bem a confiança que pode colocar na nossa equipa.

 

Vamos preparar a sua candidatura ao IFIC, o novo apoio a fundo perdido do PRR?

O Instrumento Financeiro para a Inovação e Competitividade é uma ferramenta decisiva do PRR para apoiar empresas que queiram inovar, digitalizar e crescer. Este é, por isso, o momento certo para preparar candidaturas e garantir acesso a apoios a fundo perdido e financiamento em condições vantajosas.

Fale connosco e prepare já a sua candidatura ao IFIC!