A Componente 12 do PRR: Bioeconomia Sustentável

Sabia que Portugal assumiu o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050? Com uma verba de 38% destinada à Transição Climática, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem objetivos bem mais ambiciosos do que apenas contrariar os efeitos da pandemia de COVID-19 na economia: trata-se de preparar o país para os desafios do futuro.

Até 2026, Portugal irá receber um total de 16.644 milhões de euros. Já todos ouvimos falar desta “bazuca”, um programa dividido em várias componentes e que apoiará o desenvolvimento estratégico em três grandes áreas: Resiliência, Transição Climática e Transição Digital.

Nos artigos anteriores, vimos o plano delineado para capitalizar as empresas e promover a inovação empresarial (C5), bem como as prioridades definidas numa das áreas mais importantes da atualidade, a Descarbonização da Indústria (C11).

Hoje, falamos de outra componente igualmente vital para empresas que ambicionem ser mais ecológicas: Bioeconomia. Vamos a isso?

 

Uma alteração de paradigma

Em concordância com o Pacto Ecológico Europeu, a transição para uma Bioeconomia Sustentável revela-se uma oportunidade para todo o continente. Assim, o objetivo da componente C12 não podia ser mais claro: acelerar a produção de produtos de alto valor acrescentado a partir de recursos biológicos.

Brevemente, será apresentado para consulta pública e aprovação o Plano de Ação para a Bioeconomia Sustentável, onde encontraremos medidas para:

  • Incentivar a produção sustentável e utilização inteligente de recursos biológicos;
  • Desenvolver uma bioindústria circular e sustentável;
  • Sensibilizar a sociedade;

 

Investimentos

Para promover uma verdadeira alternativa às matérias de base fóssil e, ao mesmo tempo, a competitividade e a criação de emprego, prevê-se a realização de investimentos em 3 fileiras do tecido empresarial português:

  • Têxtil e Vestuário;
  • Calçado;
  • Resina Natural.

O investimento a implementar ascende a 145 milhões de euros e a sua execução será da responsabilidade do Fundo Ambiental.

No setor do Têxtil e Vestuário, das várias prioridades destacamos as seguintes:

  • Natureza: desenvolvimento de novos processos produtivos de artigos têxteis inovadores, a partir de recursos naturais;
  • Sustentabilidade: sistemas de produção para o desenvolvimento de artigos que possam ser reutilizados e reciclados várias vezes;
  • Pessoas: sensibilizar a sociedade para a produção e consumo sustentável.

 

Já no setor do Calçado, o investimento sustenta-se em:

  • Biomateriais e componentes sustentáveis: promover a utilização e a reciclagem de subprodutos e biorresíduos agroalimentares ou industriais;
  • Calçado do futuro: desenvolver bio e eco produtos inovadores;
  • Gestão de resíduos e economia circular: promover modelos de gestão baseados no aproveitamento de resíduos e subprodutos para a produção de novos materiais;
  • Tecnologias avançadas: adoção de tecnologias no âmbito da Indústria 4.0;

 

Por último, no âmbito da promoção e valorização da Resina Natural, pretende-se:

  • Reforçar a sustentabilidade da indústria transformadora, incentivando cadeias de valor de transformação em bioprodutos de alto valor acrescentado;
  • Diferenciação positiva da resina natural e produtos derivados, com ações de marketing dedicadas ao consumidor.

 

Vamos concretizar uma Bioeconomia Sustentável?

No setor da Resina Natural, já estão a decorrer candidaturas destinadas à gestão florestal e ao apoio da resinagem. No entanto, brevemente serão reveladas mais oportunidades de investimento, neste e nos restantes setores.

 

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Vamos pôr mãos à obra?